domingo, 2 de junho de 2013

Inominável

Não importa quem somos. Nem que tipo de vida tivemos. Por mais sérios, frios, formais, racionais e impessoais que possamos ser, sempre existirá uma pessoa capaz de mudar tudo isso.
É possível que tal pessoa demore de aparecer. Um ano, dois, três... Uma vida toda. É... Pode ser que ela demore em aparecer, mas aparece. Ela sempre aparece. E quando aparece, ela chega chegando. Ela bagunça tudo. Ela quebra regras, ou melhor, faz com que quebremos regras que nós estabelecemos para nossas vidas e padrões de conduta.
Com tal pessoa, não somos como somos com o resto do mundo. Com tal pessoa, não somos quem antes acreditávamos que éramos, não somos mais a máscara que escolhemos sustentar perante a sociedade, máscara que assumimos enquanto identidade, como PERSONALIDADE.
Não.
Não somos.
Não somos, ou não conseguimos mais ser sérios, frios, formais, racionais e impessoais. Com tal pessoa, deixamos de ser quem acreditávamos que éramos e passamos a ser quem sempre quisemos ser. Com tal pessoa, ganhamos asas.
Asas essas que parecem nos levar além do céu.
Tal pessoa faz com que repensemos nossa vida. Nosso passado, presente e futuro. Ao refletirmos, vemos e pensamos coisas que nunca antes nos ocorreram. Coisas essas que nossos corações (que gay!!!) desejam desesperadamente que venham a ser, que deixem de ser potência e passem ao ato.
Essa pessoa faz com que re-signifiquemos a nossa vida, que pensemos onde estamos e onde queremos chegar.
Pessoas assim podem durar pouco tempo ou muito tempo na nossa vida, tudo o que podemos fazer é aproveitar enquanto permanecem, e, torcer para que a vida, o destino, o "acaso", o universo, Deus (?), o que for conspire para que ela permaneça.
Se a "sorte" permitir que sim, é provável do que antes parecia um fim, seja apenas o começo de algo extraordinário.
É...
O vir a ser é mesmo muito bom.

sábado, 1 de junho de 2013

Esse tipo de gente aí

Vai ver o tipo mais doido de gente sejam os artistas. 
Mesmo. 
Eles são intensos, constantemente apaixonados, e tudo o que fazem é em prol da sua arte. Eles se jogam mesmo sabendo que vão sofrer e quebrar a cara, mas não se importam tanto como as demais pessoas parecem se importar, porque os artistas sabem que todo sofrimento pode virar arte. VIRA arte. Ao menos nas mãos deles. E enquanto artistas, sua arte sempre será a coisa que mais os fará felizes e por isso é totalmente válido viver (viver pela sua arte). Seja pintar um quadro, escrever um poema, compor uma música ou escrever um livro. Sofrimento sempre será algo válido e um dos caminhos mais comuns para se chegar a inspiração de algo grandioso. Talvez seja porque quando sofremos, acessamos mais nossas emoções, a racionalidade é deixada de lado um pouco, sentimentos veem a tona e arte é isso ai, é vida, é sentimento, é intensidade de quem fez e de quem a aprecia.
Aiaiaiaiiaiaiai... Nada mais complicado do que se envolver com um, contudo, nada mais prazeroso também... É aquela coisa, ao menos eu sempre alerto quem decide se envolver comigo que nunca é uma boa ideia.
- Oxi Tefy, por que isso?
Lidar com artistas é mesmo muito peculiar. Quem já se envolveu ou conviveu com um sabe D-I-R-E-I-T-I-N-H-O o que eu estou falando. Parecem viver num mundo deles e vivem mesmo, considere-se sortudo se ele (o artista ou a artista) te convidar até lá, convite estendido a poucos. Eles carregam um pouco da bipolaridade, costumam ser de lua, agora ta feliz, no segundo seguinte ta triste, agora ta sem saco pra escrever e depois já tem uma grande inspiração. Você sempre se perguntará o que aconteceu, porque estão assim ou assado e a maioria das pessoas chegarão a um consenso de que são "doidos MESMO", INSANOS, e talvez sejam. Normais eu sei que definitivamente jamais poderiam ser considerados. Artistas, em geral, são pessoas diferentes. Eles se destacam por "n" motivos. Atraem muitos fãs e pessoas que torcem por eles, que os admiram, como também muitos "haters" que só sabem falar mal, criticar e tudo aquilo que os "haters" fazem.
É... Lidar com artistas é mesmo muito difícil. Se envolver com um, não é MESMO pra qualquer um. Mas ok... Talvez seja assim mesmo, as coisas mais difíceis são, provavelmente, as que mais valem a pena. Pra quem é claro souber lutar e lidar com eles.

O inevitável

Aí eu comecei a chorar. 
Lágrimas desciam como se eu tivesse aberto a torneira ao máximo. E ele estava ali, ao meu lado, me abraçando, me tendo em seus braços numa tentativa falha de me consolar. 
- P-por favor... - eu supliquei. - Só faça isso parar...
Olhei para ele rapidamente com a visão embaçada pelas minhas lágrimas, e pude sentir um certo desespero vindo dele. Ele não sabia o que fazer. Talvez ninguém soubesse, nem mesmo eu. Talvez isso aumentasse ainda mais a minha dor e o meu desespero.
- O que eu posso fazer por você? Me diga... Qualquer coisa.
E eu respondi, ainda meio sem forças, já que chorar daquele jeito me consumia muito, respondi a única coisa que eu conseguia falar. Pedir para que eu dissesse mais, estava além do que poderia ser exigido de mim.
- Só faça parar...
- Parar o quê? - ele perguntou enquanto ainda me segurava em seus braços, sentados ao chão junto comigo, tentando me confortar enquanto pegava em meus cabelos e me balançava levemente, como fazemos com bebês.
- Parar o tédio. - eu supliquei.
Estranhamente, ao me ouvir dizer isso, algo em mim foi mudado. Algo tinha mudado. Talvez ao descobrir o que realmente me atingia, eu tivesse encontrado a solução. Ao menos o desespero, ou parte dele, agora havia ido embora.
O tédio poderia sim ser por mim mudado. Bastava que eu tomasse certas atitudes para que toda a minha vida mudasse em questões de segundos. Mas aí entraria a questão, queria mesmo mudá-la? De fato o que parecia errado, estava errado? A falta de problemas aparentes, não seria um bem?
Tais questões me remetiam a outras. Questões ainda mais profundas que me levavam de volta ao desespero. Meu choro que já tinha ido embora parecia querer voltar.
- Eu vou chorar... - falei para ele agora um pouco mais alto e com mais força, já que tinha recuperado parte dela.
- Cê não é macho não, porra? - diz uma voz feminina tão conhecida atrás de mim.
Eu não consegui evitar de gargalhar. E de repente assim, através de uma tão cara amizade, eu percebi, ou melhor dizendo, lembrei, o quão rápido podemos mudar o nosso estado de espírito. O quanto a nossa vida pode mudar em apenas questões de segundos.