Aí você finalmente consegue a coragem de dizer o que precisa ser dito.
Começa a proferir palavras, que pra você fazem sentido, mas para outra pessoa,
nem tanto. "Ei, calma, respira", a pessoa te diz. Calma? Não. Você
não quer sentir calma. Você não consegue sentir calma. Calma é a única coisa
que você não pode sentir agora. Porque para dizer tudo o que você precisa
dizer, a calma não pode estar presente. Porque suas palavras serão a personificação dos seus
sentimentos. Aqueles, entalados na garganta, no peito, em seus pensamentos, há
muito, muito tempo. Agora que você finalmente arranjou coragem de dizer o que
precisava ser dito "calma" é a única coisa que você não precisa.
Depois, talvez. É. Depois. Depois de falar tudo aquilo que você gostaria de
falar você vai precisar de calma, para não entrar em desespero. Para não entrar
em desespero ao ouvir a "resposta" as suas palavras. Porque nem
sempre ouvimos o que queremos ouvir. Porque às vezes ouvimos justamente o que
menos gostaríamos de ouvir. Porque você teve calma. Você teve calma até demais.
Você teve calma por tempo demais. "Ah, terei tempo pra dizer o que eu
quero". Não. O tempo é cruel. Às vezes é tarde demais...
Não.
Nunca é tarde demais.
Não para lutar e conseguir aquilo que mais se quer.
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