domingo, 25 de novembro de 2012

Amor...?


- Eu não posso. – falei abaixando a cabeça evitando seu olhar.
- Por que não? – ele me perguntou fazendo com que eu levantasse minha cabeça para olhá-lo.
- Porque... – eu comecei a falar, mas me interrompi mordendo os lábios. Voltei a abaixar minha cabeça e a encarar o chão. Seria mais fácil do que olhar em seus olhos e ver, pior, sentir tudo o que ele sentia, eu sentia também e não podia retribuir.
- E então...?
- Não podemos. Não é certo. – eu disse por fim. Eu sabia que ele não entendia exatamente e se entendia, não concordava. Talvez uma das piores coisas da vida seja dizer não quando cada centímetro do seu corpo implora pra que você diga sim.
Finalmente eu reuni coragem de novo para olhá-lo nos olhos. O desejo, a vontade, a urgência, estavam ali tão presentes e de forma tão intensa que era quase palpável. Desejos que pareciam ir muito além apenas do sexual, do corpo a corpo, do físico. Era um desejo mais profundo.
Era o desejo e a urgência de conhecer. O desejo de explorarem-se com todos os sentidos, paladar, olfato, tato, audição, visão. A urgência de uma entrega. Uma entrega mútua. Um desejo do gozo não somente físico, mas da alma.

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